TCC sobre a autoestima feminina no Instagram propõem o empoderamento
Que o Instagram é uma das redes sociais de compartilhamento de vídeos e fotos de maior acesso no mundo, todos já sabem. No Brasil esta é a segunda maior rede acessada pela população, especialmente por mulheres. Porém, um estudo realizado pela fotógrafa e estudante de Comunicação Social com habilitação em Publicidade e Propaganda da Faculdade Católica Salesiana, Marina Costa, revela a importância da reflexão sobre a relação das mulheres com a referida rede.
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) intitulado “Mulheres Reais: um documentário sobre fotografia e autoestima feminina no Instagram”, traz a discussão sobre o ideal de beleza imposto pela rede social que tem como principal ação, a “curtida” das publicações. “Quanto mais perfeito for, mais curtida ganha. Esse desejo criou um mundo caótico, como forma de aumentar o ego e a autoestima. Tudo isso gera ansiedade e angustia. E a questão é que na grande parte das vezes, não conseguimos entender a razão de tanto sofrimento. Os milhares de processos que acontecem inconscientemente ao longo da nossa vida, geram condutas, escolhas, comportamentos e preferências de cada indivíduo. Por isso, não deixa de ser compreensível que as mulheres estejam tão condicionadas a buscar a perfeição”, explica Marina.
De acordo com a estudante, a ideia principal do trabalho é que o mesmo “funcione como um ato revolucionário. Onde nós, mulheres, tivéssemos voz. A ideia é mostrar que não precisamos, nem devemos, ser algo que não somos só para agradar os outros. Existe beleza em todas as mulheres. Somos únicas e ninguém pode dizer o contrário. Meu desejo é que esse documentário possa alcançar lugares ainda mais longe e muitas mulheres”.
Ao todo, 45 mulheres das cidades de Macaé e Campos dos Goytacazes foram fotografadas e/ou entrevistadas para a confecção do documentário produzido após a conclusão da parte escrita, embasada na leitura de livros e artigos sobre a história da beleza, autoestima feminina e sobre como o Instagram funciona e pode ser prejudicial à saúde mental.
“Sou fotógrafa há cinco anos e desde que entrei na faculdade sabia que iria falar sobre algo relacionado com a fotografia feminina no meu TCC. Resolvi juntar esse assunto ao Instagram por ter bastante relação com meu curso. Me surpreendi com a forma como as mulheres confiaram em mim e no meu trabalho. Elas se abriram e falaram de coisas particularmente dolorosas, pois viram que era uma oportunidade de tocarem outras mulheres”, explica Marina, acrescentado que fotografar mulheres de forma simples e genuína é a sua maior paixão.
O documentário encontra-se disponível na plataforma YouTube e traz mulheres com perfis variados, que aparecem sem maquiagem, revelando suas inseguranças com o corpo. As fotos realizadas pela Marina foram postadas sem retoques no Instagram com objetivo de exaltar imagens de mulheres sem filtro algum, além de criar redes de afeto e solidariedade feminina.
Texto: Moira Paula
Foto: Divulgação
Assessoria de Comunicação Salesiana
