O suicídio já se configura como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, e vem aumentado significativamente entre os adolescentes e jovens. Diante disso perguntamo-nos: por que esse tem sido o grupo mais afetado? Qual sofrimento se abate sobre eles que faz a morte aparecer como única via possível diante da dor? O que querem de fato? O que os mobiliza é realmente um desejo de morte? A adolescência é um momento de perdas inevitáveis, pois o sujeito não cabe mais nos recursos identificatórios que se reconhecia até então, e é convocado a inventar-se, o que não se faz sem muito trabalho. Partimos do princípio que no ato suicida o sujeito se encontra identificado a sua dor, de forma que o ato precisa ser lido a partir da particularidade desse sofrimento, e dos embricamentos desse sujeito no laço social.